O Lado Bom da Vida – Matthew Quick

Esse livro eu li à uns dois ou três meses atrás, e estava devendo uma resenha dele para o blog. Aliás tem mais uns cinco livros que preciso resenhar também...

Para quem acompanha o blog, deve lembrar que eu fui assistir o filme de mesmo nome baseado nesse livro, e que eu simplesmente amei (Para quem não se lembra ou não viu, é só apertar aqui). Então fiquei mega animada para ler o livro, porque o livro sempre é melhor que o filme né?

Autor: Matthew Quick

Editora: Intrínseca

Páginas: 254

Nota:  3.5 / 5 estrelas

O Lado Bom da Vida começa com a saída de Pat do reformatório, após um acidente que aconteceu em sua casa que ele não se lembra. Ele volta transformado, emagreceu, está sendo mais bondoso com as pessoas e até está lendo mais literatura, tudo para reconquistar sua ex-mulher, Nikki. Pat não se lembra como ele e Nikki se separaram, apenas lembra que eles deram um tempo, o "tempo separados". Ao chegar em casa, ele percebe que sua mãe tirou todos os quadros, fotos que ele tinha com Nikki, e até a sua fita de casamento sumiu, ao perguntar a mãe, ela responde que assaltaram a casa enquanto ele estava fora. Mas a verdade é que a mãe de Pat tirou todos os vestígios de Nikki para que seu filho melhore e esqueça dela, porém não acontece isso exatamente...

Tudo que fiz desde que daí do lugar ruim foi tentar melhorar - para me tornar exatamente o que Você quer que todos sejam: uma pessoa boa. E aqui estou eu, correndo pelo norte da Filadélfia em um dia de Natal chuvoso... - sozinho.

A relação de Pat com seu pai nunca foi das melhores, mas após o reformatório, ou o lugar ruim como Pat chama, seu pai mal percebeu sua presença. A não ser nos jogos de futebol do Eagles, que é uma tradição ele assistir com o pai e seu irmão para que seu time ganhe, e é isso que une os três. Mas muitas coisas estão estranhas, ele passou pouco tempo no lugar ruim, mas seu irmão já se casou, e ele não foi no casamento e nem conhece a noiva. Outra coisa que ele não compreende é por que tem tanto ódio da música de Kenny G., que toda a vez que ela começa a tocar, ele fica louco e sai quebrando tudo.

- "Ahhhhhhhhhhhhh! E-A-G-L-E-S!

Muitas perguntas, mas Pat acaba deixando para lá pois a única coisa que importa é Nikki, e quando seu amigo o convida para jantar em sua casa, ele vê isso como uma oportunidade, já que a mulher do amigo, Vitória, é amiga de Nikki. Ao chegar no jantar formal, usando uma camiseta do Eagles, encontra a irmã de Vitória, Tiffany, que não via a um bom tempo. Ao comentar sobre ela com o seu amigo, este fala que o marido de Tiffany morreu à uns dois anos, e que ela está passando por uma crise. Com o jantar sendo horrível, Tiffany diz que vai embora e chama Pat para ir acompanhá-la. E assim começa uma amizade diferente de todas as que você já viu.

Um compreende o outro, e Tiffany promete a Pat que ajudará ele a voltar com a sua ex-mulher, entregando cartas à Nikki escritas por Pat, pois ele tem uma área de restrição de Nikki de três metros de distância. Porém, Pat deverá ajudar Tiffany a ganhar um prêmio de dança, que ela vem concorrendo à dois anos, e nunca conseguiu ganhar, mas Pat terá que largar o futebol para ficar com ela. Será que ele vai aceitar? Será que não vai? Será que Nikki voltará com ele?

- Foda-se a Nikki, Pat. Foda-se ela! FODA-SE A NIKKI!. Esqueça-a. Ela se fpo. Você não enxerga isso? - diz Tifanny batendo na mesa.

Pat é um personagem fofo, e apesar de ter para lá dos 30 anos, tem a mentalidade de uma criança. Ele enxerga o mundo à sua volta de uma maneira totalmente diferente, e na maioria das vezes, inocentemente. Ele sempre tenta ver o lado bom das coisas (há, daí o nome do livro!), e é extremamente sensível e instável. A verdade é, ele está perdido e confuso, porém ninguém consegue compreender ele, eu morria de dó dele. Para quem leu As Vantagens de Ser Invisível, achei Pat extremamente parecido com Charlie, Pat é o Charlie do futuro!

Gostei muito de Pat, mas eu amei a Tiffany. Nunca vi uma personagem assim, ela é misteriosa, estranha, engraçada, fala o quer e na hora que quer, é impulsiva e muito instável, nunca dá para saber o que ela irá fazer em seguida. Novamente, ela também está perdida, com um passado um tanto complicado, ela não sabe o que fazer da sua vida. E você passa o livro todo tentando entende-la, e as vezes nem consegue. Eu dei várias risadas com esses dois. A amizade dos dois é algo totalmente normal (imagine essa frase com um tom irônico), Tiffany segue todo o dia Pat pela a sua corrida matinal, porém sem dizer uma palavra e vai embora sem dizer uma palavra, algo que Pat odeia. Ele conversa com ela e ela nunca se manifesta sobre nada, nunca diz nada.

- Por que você me segue quando eu corro? -pergunto.

- Estou estudando você - responde Tiffany.

- Por quê?

- Não posso te dizer ainda - responde ela.

- Por que não?

- Porque não terminei de estudá-lo.

A história em geral me agradou bastante, porém achei muito cansativo o começo do livro até a metade, isso porque fala muito, muito, muito sobre futebol americano, algo que eu não entendo e muito menos me importo, apesar de ser uma peça muito importante no livro, mas acho que essa repetição pesou o livro. Quando parava de falar sobre o esporte, fluia super bem. O final passou voando, eu devorei o livro, e de repente, acabou! Fiquei um pouco triste com o final, eu esperava algo a mais, porém gostei do final, mas não gostei também... deu para entender? haha.

Enfim, o Lado Bom da Vida é um livro diferente, com uma ideia diferente, mas que agrada. É legal sair desse romance convencional e ir para um totalmente estranho e instável com personagens com problemas que enxergam o mundo de uma maneira otimista, algo que nem sempre fazemos.

Acredito em finais felizes do fundo do meu coração. Tenho trabalhado demais em meu autoaperfeiçoamento para desistir de meu filme agora.

OBS: Pretendo fazer um post comparando o livro com o filme, mas aproveitando o embalo, eu achei o Bradley Cooper e a Jennifer Lawrence perfeitos para o Pat e a Tiffany, eu não consigo imaginar outra pessoa a não ser eles.